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45ª COXILHA NATIVISTA DE CRUZ ALTA

45ª COXILHA NATIVISTA DE CRUZ ALTA
45ª Coxilha Nativista e 39ª Coxilha Piá - De 29 de julho e 02 de agosto - 19h30 - Ginásio Municipal de Cruz Alta. Mais informações, clica na imagem acima.

AGENDA NATIVISTA 2025

AGENDA NATIVISTA 2025
Clica na imagem e confere as datas de realização dos festivais de música e de poesia previstos para o ano de 2025.

sábado, 5 de julho de 2025

45 ANOS DE UM ACONTECIMENTO MARCANTE

Neste 05 de julho, relembramos um acontecimento marcante para todos os gaúchos e, especialmente,  para alguns tradicionalistas, como o administrador deste Blog, Jairo Reis, autor da narrativa que reproduzimos a seguir: 

Eu e o Papa:
No início do mês de julho de 1980, o saudoso Papa João Paulo II visitava a capital dos gaúchos, Porto Alegre. Dentre as tantas atividades agendadas para “sua santidade”, estava um importante encontro com religiosos no Gigantinho, no início da tarde daquele dia 05.
A Secretaria de Turismo do Estado entendeu que seria importante aproveitar aquela ocasião para mostrar ao sumo pontífice, alguns aspectos da cultura e da tradição do Rio Grande do Sul.  Para tanto, mobilizou as lideranças tradicionalistas da época para organizarem uma atividade. Expoentes como Paixão Côrtes, Barbosa Lessa, Rodi Borghetti, Edson Otto, Nico Fagundes, Onésimo Duarte e tantos outros, uniram-se para elaborar e oferecer um grande espetáculo ao Papa.
Foram convocados cerca de 200 cavalarianos e as cinco melhores invernadas de danças tradicionais gaúchas da época, que representavam os CTGs Brazão do Rio Grande de Canoas, Aldeia dos Anjos de Gravataí, 35 CTG de Porto Alegre, Maragatos de Porto Alegre e Coronel Chico Borges de Santo Antônio da Patrulha, da qual eu era integrante.
Ao lado do Gigantinho, um cenário com cinco tablados, era abraçado pelos gaúchos à cavalo, posicionados numa espécie de parábola.  Nos referidos palcos, sob o comando do mestre Paixão Côrtes, os grupos apresentaram, de maneira conjunta, as danças: Pezinho, Balaio e Tatu-Novo.
Encerrado o encontro no Gigantinho, o Papa embarcou no “papamóvel” para dirigir-se ao próximo compromisso. Ao passar pelo cenário da apresentação das invernadas artísticas, o veículo parou para que João Paulo II assistisse ao espetáculo.
O "Santo Padre" gostou tanto do que viu que, para surpresa de todos, resolveu descer do veículo e caminhar até os tablados onde estavam os dançarinos, estendendo sua mão e abençoando a todos que tocava.
Querendo posicionar-se mais ao fundo, onde casualmente eu estava, o Papa estende o braço esquerdo buscando apoio para o seu caminhar. Ao perceber aquela "santificada" mão vindo em minha direção, agarrei-a e, desta forma, conduzi João Paulo II com segurança, posicionando-o ao meu lado. Respeitosamente o abracei, pousando minha mão esquerda sobre seu ombro, num gesto de acolhimento àquela ilustre e santificada figura. Momento de emoção e de energia inenarráveis para aquele “guri” de apenas 20 anos de idade.
As imagens daquele dia foram veiculadas em diversas emissoras de TV, jornais da época, como Zero Hora e Folha da Tarde, e também numa edição especial da Revista Manchete, uma das mais prestigiadas do país na década de 80, publicada no início do mês de agosto.
Foto de página inteira, publicada na Revista Manchete, em agosto de 1980.
Após 45 anos, completados neste dia 05 de julho, eu ainda sinto desmedido orgulho e uma pontinha de emoção, pelo privilégio de ter sido um dos personagens daquele acontecimento marcado pela arte e pela religiosidade.
Lembro com saudades dos peões e prendas que, como eu, vivenciaram aquela sensação indescritível.
O grupo do CTG Chico Borges, naquela ocasião, esteve formado pelos seguintes pares: Jairo Reis e Ana Santos; Sirângelo Cardeal e Silvânia Cardoso; Luiz Ângelo (Gigio) e Silvana Gil; Márcio Teixeira e Rosi Santos (Zica); Luiz Carlos Ferreira (Luizinho) e Andréa Gil.  
Credencial de Acesso ao Evento
Estavam também conosco, o gaiteiro José João, o posteiro Milton dos Santos, o Patrão do CTG, Waltor Oliveira, o conselheiro do MTG Djalmo Oliveira, e o meu pai Jarcy Reis, que era o Coordenador da 23ª Região Tradicionalista do MTG.
Lamentavelmente o Márcio, o Luizinho, o Zé João, o tio Waltor, o tio Djalmo e o meu pai Jarcy, já faleceram, mas os demais, graças a Deus, estão por aí, “firmes na paçoca”.
Para ilustrar este relato, publico algumas fotos daquele dia. Numa delas, eu apareço ao lado do Papa. Sou o jovem barbudo, usando um chapéu de copa alta, camisa branca e colete escuro.
Divido com vocês, leitores do Blog, esta narrativa e algumas imagens abençoadas  deste acontecimento marcante para todos os gaúchos e especialmente inesquecível pra mim.
Grato pela atenção e uma baita abraço. 

Jairo Reis
05/07/2025

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