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45ª COXILHA NATIVISTA DE CRUZ ALTA

45ª COXILHA NATIVISTA DE CRUZ ALTA
45ª Coxilha Nativista e 39ª Coxilha Piá - De 29 de julho e 02 de agosto - 19h30 - Ginásio Municipal de Cruz Alta. Mais informações, clica na imagem acima.

AGENDA NATIVISTA 2025

AGENDA NATIVISTA 2025
Clica na imagem e confere as datas de realização dos festivais de música e de poesia previstos para o ano de 2025.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

4ª ESQUILA E VINDIMA OFERECE O TROFÉU "ALMIRANTE NEGRO"

Atenção letristas e compositores gaúchos e brasileiros.
A 4ª Esquila e Vindima do Canto Gaúcho, festival da cidade de Encruzilhada do Sul, em seu regulamento, oferece uma premiação no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), mais o Troféu Almirante Negro, para os autores da Melhor Canção Sobre o Marinheiro João Cândido, conhecido como Almirante Negro. 

Na intenção de incentivar aos autores a criarem obras sobre o referido tema, apresentamos a seguir, à titulo de colaboração, uma breve biografia do encruzilhadense João Cândido.

O MARINHEIRO JOÃO CÂNDIDO 
Nascido no dia 24 de junho de 1880, na localidade de Coxilha Bonita, no vilarejo Dom Feliciano, à época pertencente ao 5º Distrito de Encruzilhada do Sul, João Cândido Felisberto foi militar da Marinha de Guerra do Brasil e acabou protagonizando um episódio marcante da história do Brasil, ao liderar a Revolta da Chibatta, ocorrida no ano de 1910.
Bem antes disso, aos 13 anos de idade, ele integrou-se às tropas do General Pinheiro Machado, na Revolução Federalista, em 1893.
No ano seguinte, apresentou-se na Companhia de Artífices Militares e Menores Aprendizes no Arsenal de Guerra de Porto Alegre. 
Em 1895 foi transferido para a Escola de Aprendizes Marinheiros, em Porto Alegre. Em dezembro do mesmo ano, foi para a então capital federal, Rio de Janeiro, para exercer a função de grumete (aprendiz) na Marinha do Brasil.
Em 15 anos de carreira na Marinha de Guerra, participou de várias viagens pelo Brasil e por vários países do mundo, no início recebendo instrução, depois, dando instrução de procedimentos de um navio de guerra para marinheiros mais novos.
A partir de 1908, centenas de marinheiros foram enviados ao Reino Unido para acompanharem o final da construção de navios de guerra encomendados pelo governo brasileiro. Em 1909, João Cândido também foi para lá enviado, onde tomou conhecimento do movimento realizado pelos marinheiros russos em 1905, reivindicando melhores condições de trabalho e alimentação. 
Na volta ao Brasil, os marinheiros que estiveram na Grã-Bretanha para acompanhar a construção dos encouraçados Minas Gerais e São Paulo, e do cruzador Bahia, iniciaram um movimento conspiratório com vistas a tomar uma atitude mais efetiva no sentido de acabar com o uso da chibata e outros castigos físicos impostos aos marujos pela Marinha de Guerra do Brasil. 
Diante da inexistência de providências efetivas para o fim das punições físicas exageradas, mesmo após a audiência de João Cândido no Gabinete do presidente Nilo Peçanha, os marinheiros decidiram iniciar um levante pelo fim do uso da chibata. 
Na noite de 22 de novembro de 1910, os revoltosos tomaram inicialmente o navio Minas Gerais. O confronto ocasionou as mortes do comandante da embarcação e mais alguns oficiais. 
Diante da gravidade da situação, João Cândido, por ser o marinheiro mais experiente e de maior trânsito entre marujos e oficiais, foi indicado pelos demais líderes da rebelião, como o comandante-em-chefe de toda a esquadra revoltada, já composta por seis navios, dentre eles os dois encouraçados fabricados na Inglaterra, considerados os mais potentes do mundo à época: Minas Gerais e São Paulo.
Por quatro dias, quatro navios de guerra apontaram os seus canhões para a Capital Federal: Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Deodoro. 
João Cândido acaba controlando o motim, faz cessar as mortes, e reivindica a abolição das torturas corporais na Marinha de Guerra brasileira.
A revolta terminou com o compromisso do governo federal em acabar com o uso da chibata na Marinha e de conceder anistia aos revoltosos. 
Entretanto, em 28 de novembro, dia seguinte ao desarmamento dos navios rebelados, o governo promulgou um decreto permitindo a expulsão de marinheiros que representassem risco, descumprindo assim o que havia sido prometido pelo presidente brasileiro, Hermes da Fonseca, recém empossado. 
João Cândido tornou-se muito admirado pelos companheiros marinheiros, que o indicaram por duas vezes para representar o "Deus Netuno" na travessia sobre a linha do equador, e muito elogiado pelos oficiais, por seu bom comportamento e pelas suas habilidades principalmente como timoneiro.
No entanto, em 1912, João Cândido foi expulso da Marinha. Sofreu grandes privações, vivendo precariamente, trabalhando como estivador e descarregando peixes na Praça XV, centro do Rio de Janeiro.
Porém, em 1959, o então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, concedeu a João Cândido uma aposentadoria de dois salários mínimos, com a qual sobreviveu até o final da vida.
Em 25 de março de 1964, João Cândido foi aclamado patrono da Associação de Marinheiros de Fuzileiros Navais do Brasil.
Estátua de João Cândido, no centro da cidade do Rio de Janeiro
Em 1970, foi homenageado musicalmente por Aldir Blanc e João Bosco, autores do samba inicialmente intitulado Navegante Negro.  A música foi censurada pelo governo militar porque exaltava um marinheiro rebelde e negro.  Em 1974, com a nova denominação de Mestre Sala dos Mares, a canção fez sucesso na voz da cantora, também gaúcha, Elis Regina.
Ainda na música, a biografia de João Cândido serviu de inspiração para os enredos de diversas Escolas de Samba do Carnaval do Rio de Janeiro.
Em 22 de novembro de 2007, aniversário de 97 anos da Revolta da Chibata, foi inaugurada uma estátua em homenagem ao Almirante Negro, nos jardins do Museu da República, antigo Palácio do Catete, bombardeado durante a revolta.
Em 24 de julho de 2008, 39 anos depois da morte de João Cândido Felisberto, publicou-se no Diário Oficial da União, a Lei Nº 11 756 que concedeu anistia ao líder da Revolta da Chibata e a seus companheiros.
No dia 7 de maio de 2010, a Transpetro batizou o primeiro navio petroleiro produzido em estaleiro nacional, com o nome de Marinheiro João Cândido.

O gaúcho encruzilhadense João Cândido Felisberto, o Almirante Negro, faleceu com 89 anos de idade, no dia 06 de dezembro de 1969, no Rio de Janeiro.

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