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| Foto de João Cândido publicada em 1912 |
A tarde desta terça-feira, 18 de novembro, marcou um momento histórico para o Rio Grande do Sul e, especialmente, para o município de Encruzilhada do Sul. Com 39 votos favoráveis, a Assembleia Legislativa aprovou por unanimidade o projeto que reconhece João Cândido Felisberto, o Almirante Negro, como Herói Rio-Grandense, instituindo o dia 6 de dezembro como data oficial de celebração à sua memória. O texto segue para sanção do governador Eduardo Leite.
A proposta é de autoria do deputado Sérgio Peres, apresentada a partir de solicitação direta do ex-vereador Adriano Horna. Foi ele quem levou ao Parlamento a reivindicação de reconhecimento de um dos maiores encruzilhadenses. Sem o empenho de Adriano Horna, este avanço não teria chegado à Assembleia, muito menos se tornado realidade nesta Semana da Consciência Negra.
O líder da Revolta da Chibata nasceu em Encruzilhada do Sul.
João Cândido Felisberto nasceu em 24 de junho de 1880, na antiga fazenda Coxilha Bonita, filho de pais ex-escravizados. Aos 10 anos mudou-se para Porto Alegre e, aos 14, ingressou na Escola de Aprendizes-Marinheiros do RS. Tornou-se um dos marinheiros mais respeitados pela habilidade, disciplina e liderança.
Em 1910, liderou a Revolta da Chibata, denunciando castigos corporais e condições degradantes impostas a marinheiros negros. Sob sua liderança, encouraçados apontaram seus canhões para a Baía da Guanabara, pressionando o governo a prometer o fim dos castigos, promessa jamais cumprida.
Perseguido, João Cândido foi preso na Ilha das Cobras, onde 16 marinheiros morreram em cela insalubre. Expulso da Marinha, viveu como pescador até morrer em 6 de dezembro de 1969. Seu legado segue vivo como símbolo de dignidade, resistência e luta antirracista.
Para Encruzilhada, é um dia de orgulho. Graças ao empenho de Adriano Horna, o Estado reconhece oficialmente o filho da terra que enfrentou injustiças e mudou a história do Brasil.
Hoje, João Cândido Felisberto é oficialmente Herói Rio-Grandense.
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