A juventude de hoje nem faz ideia, mas no nosso tempo de guri, lá pela década de 1970, existia a expressão tirá as aleluia, que era utilizada principalmente pelos pais, quando os filhos faziam alguma coisa errada ou aprontavam alguma arte na Sexta-feira Santa, dia da morte de Jesus Cristo, um dia santo durante o qual não se podia “fazer pecado”, dentre eles o de ralhar ou bater num filho.
O castigo ficava pro dia seguinte, Sábado de Aleluia, dia em que Judas Iscariotes tirou a própria vida, arrependido por ter traído Jesus Cristo.
Sábado de Aleluia é entendido por muitos como o dia de pagar pelos erros cometidos.
Hoje tu escapa por que é dia santo, mas amanhã eu te tiro as aleluia, diziam os pais para os filhos arteiros, naqueles tempos.
A Sexta-feira Santa, ou Sexta da Paixão, era um dia dedicado à introspecção, durante o qual se lamentava a crucificação de Jesus Cristo, rezando por ele e fazendo pequenos sacrifícios em sua solidariedade. Na Sexta da Paixão devíamos evitar situações conflituosas, pois era pecado discutir ou brigar com nossos semelhantes. Na verdade, quase tudo era pecado. Não se podia comer carne, praticar esportes, maltratar pessoas, judiar de animais e até mesmo trabalhar.
A Sexta-feira Santa era um dia de luto para os cristão e por isto, deveria ser respeitada.
Mas no sábado... Aaahhhh.... Se “tirava as aleluia”.
Este tema foi explorado de forma genial pelo poeta Tadeu Martins ao compor a letra intitulada POR QUE HOJE É DIA SANTO, musicada e interpretada pelo gaiteiro e cantor Leonel Gomez.
Tomamos a liberdade de compartilhá-la com vocês, recomendando que ouçam a música, acompanhando a letra. É de fundamento!!!
Clica no link e aprecia a canção POR QUE HOJE É DIA SANTO.
https://www.youtube.com/watch?v=SjjZl7DnvYo
https://www.youtube.com/watch?v=SjjZl7DnvYo
Letra: Tadeu Martins
Melodia: Leonel Gomez
Interpretação: Leonel Gomez
Tirei o dia pra reza
Angariando algum perdão,
Porque hoje é sexta-feira
Dia Santo da Paixão.
Hoje não ralho, não rusgo
Eu não peleio, não sangro,
Não afio um canivete
E dou uma folga pra o mango.
Já escondi o meu revolve
Minha adaga e meu facão,
Não faça eu lembra das arma
Me dá coceira nas mão.
O meu revolve é bem louco
E cada dia piora,
Mas ele é muito obediente
Não bota uma bala fora.
A minha adaga é bicuda
Se empaca prá não cortá,
Da meia fôia pra ponta
Tem prazer de beliscá.
Mentiroso é o meu facão,
Que nunca cortou um vivente,
Mas quando sai da bainha,
Bordado de antecedente.
O meu mango é recalcado
Quando se ataca dos cacho,
Mangueia anca de touro
E aconseia borracho.
Não briguemo neste dia
Só por causa de um porém,
Que a fé no Jesus Cristinho
Qualquer gauchinho tem.
Bamo deixá pra amanhã
Depois de eu tomá umas cuia,
O dia vai sê bem lindo
Pra tirá as aleluia".
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