Em pagos fronteiriços - na Estância São Miguel do Sarandy, em Santana do Livramento - André Teixeira e Catherine Vergnes apearam para um encontro de duas das principais vozes na atualidade do cenário folclórico compartilhado por Rio Grande do Sul e Uruguai.⠀
Milonga y Baguala, composição de André Teixeira em parceria com o poeta Rogério Villagran, foi cantada em seu ambiente, rodeada por infinitos de céu e querência, unindo sua sonoridade a bufidos e relinchos de cavalhada na mangueira, aos gritos de “forma!” saídos de gargantas campeiras e ao vento que forcejava na aba dos sombreiros e fazia abanar os palas.⠀Enquadrados por pedras, árvores e sombras de um capão de mato, André e Catherine encontraram o timbre crioulo dos versos de Rogério Villagran. É por isso que, para quem assiste este clipe, fica a impressão de que, de fato, esta milonga se escapou da encordada e, envolta no vento, se esparramou pelas lejanias que reconhecem, independente do idioma, o canto gaúcho e a guitarra crioula.⠀
Afinal, como assinalou o imortal Jayme Caetano Braun - payador que seguiu o rastro do gaúcho além de qualquer fronteira - a milonga é exatamente assim:⠀
“Brasileira, castelhana,⠀Milonga ronco de mate,⠀Tu nasceste do embate⠀
Da velha saga pampeana.⠀
Espanhola, lusitana,⠀
Entre patriadas e domas,⠀
Sem divisas, sem diplomas,⠀
Pulsando o mesmo dialeto,⠀
Porque o vento, analfabeto,⠀
Fala em todos os idiomas!”⠀
Texto: Francisco Brasil⠀
Para assistir as bonitas imagens do videoclipe de Milonga y Baguala
basta clicar na imagem ao lado.
Pra ouvi-la clica no link abaixo:
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