Dia destes, por solicitação dos amigos Pirisca
Grecco e Dilson Machado, assessores do Deputado Estadual e também nosso amigo,
Luiz Marenco, realizei um levantamento sobre os valores pagos pelos festivais
de música a título de ajuda de custo e premiação, nos últimos 20
anos. O objetivo era definir para que
lado penderam essas cifras e, por conseguinte, verificar se os personagens
desse cenário foram valorizados ou não, pelos gestores dos eventos que constituem
o movimento nativista.
É importante considerarmos que algumas comissões
organizadoras têm mais habilidade na tarefa de captar recursos e, em
decorrência disso, pode oferecer dígitos mais atrativos aos concorrentes. Esta
realidade não menospreza os demais eventos que, apesar da eventual carência de
investimentos, não deixaram de promover suas edições.
Mas afinal, houve evolução ou involução nos montantes
oferecidos?
Vamos ao resultado da minha pesquisa:
De 2000 a 2005:
Neste período, os valores referentes a Ajuda de Custo
variaram entre R$ 600,00 e R$ 2.000,00 para cada música concorrente.
Em alguns casos, os responsáveis pelas canções classificadas
para a final, recebiam uma bonificação, cujo valor variava entre R$ 100,00 e R$
500,00, por música.
Aos autores das músicas classificadas em Primeiro Lugar, eram
oferecidos valores entre R$ 1.500,00 e R$ 5.000,00. Apenas um festival chegou R$ 7.000,00.
Nas modalidades paralelas, os destaques recebiam entre R$ 200,00 e R$ 500,00
Um número razoável de festivais oferecia alimentação, de
forma gratuita, aos participantes credenciados.
De 2006 a 2010:
Neste período, os valores referentes a Ajuda de Custo
variaram entre R$ 800,00 e R$ 4.000,00 para cada música classificada. Nota-se que houve uma significativa evolução
nesse quesito.
Em alguns casos, os responsáveis pelas canções classificadas
para a final, recebiam uma bonificação, cujo valor variava entre R$ 200,00 e R$
500,00, por música. Neste item os
valores permaneceram praticamente os mesmos.
Os autores das músicas vencedoras passaram a receber
valores entre R$ 1.500,00 e R$ 5.000,00. Cabe destacar que um festival chegou a
oferecer R$ 10.000,00 ao primeiro lugar.
Nas modalidades paralelas, os destaques continuaram
recebendo entre R$ 200,00 e R$ 500,00. Nada evoluiu neste quesito.
Alguns festivais ainda ofereciam alimentação, de forma
gratuita, aos participantes credenciados.
De 2011 a 2015:
Neste período, os valores pagos a título de Ajuda de
Custo variaram entre R$ 1.500,00 e R$ 4.000,00 para cada música
classificada. Quase nada de incremento.
Em alguns casos, os responsáveis pelas canções classificadas
para a final, recebiam uma bonificação, cujo valor variava entre R$ 300,00 e R$
850,00 por música. Aqui se percebe uma discreta evolução no numerário
oferecido.
Os autores das músicas vencedoras passaram a receber importâncias
entre R$ 1.000,00 e R$ 6.000,00.
Praticamente os mesmos valores praticados no período anterior.
Nas modalidades paralelas, os destaques recebiam entre R$
300,00 e R$ 1.000,00.
Nota-se um percentual importante na remuneração aos
agraciados.
Quase nenhum festival oferecia alimentação gratuita aos
participantes credenciados.
De 2016 a 2020:
Torna-se necessário salientar que 2020 foi um ano atípico
para os festivais, que tiveram que se readequar a realidade provocada pela
pandemia do coronavírus. Apesar das diversas
restrições sugeridas pelas autoridades sanitárias associadas às dificuldades econômicas
do momento, alguns festivais tiveram ousadia e determinação para promoveram
suas edições. As imprevisíveis adversidades foram superadas com muito trabalho
e compensadas pelo cumprimento do compromisso de não deixar estagnada a
engrenagem nativista, que além da grande relevância artística e cultural é
geradora de oportunidades de trabalho e renda para muitas pessoas. Parabéns
a estes operários do cultura nativista.
Vamos aos números:
Nos 5 últimos anos da década, as remunerações inerentes à
Ajuda de Custo, variaram entre R$ 1.000,00 e R$ 6.000,00 para cada música
classificada.
A maioria dos festivais, praticava valores entre R$ 1.000,00
e 3.500,00, sendo que três certames ofereceram Ajudas menores que R$ 1.000,00 (R$ 300,00, R$ 500,00, R$ 850,00).
Percebe-se que não houve progresso significativo nesta
remuneração e que o valor mínimo da Ajuda de Custo decresceu consideravelmente em
comparação com os períodos anteriores.
No que tange as eventuais bonificações, dirigidas aos representantes
das canções finalistas, os valores recebidos alternaram-se entre R$ 350,00 e R$
1.000,00 por música. Quase os mesmos números do quinquênio anterior.
Aos autores das canções classificadas em Primeiros Lugar,
a premiação oscilou entre R$ 1.000,00 e R$ 10.000,00, sendo que a média de
remuneração praticada ficou entre R$ 3.000,00 e R$ 5.000,00. Somente dois festivais
ofereceram R$ 10.000,00 ao Primeiro Lugar.
Nas modalidades paralelas, os destaques receberam entre
R$ 100,00 e R$ 1.300,00. Discreta
evolução na remuneração dessas modalidades.
Apenas um festival ofereceu alimentação gratuita aos
participantes credenciados.
A partir dos parâmetros aqui revelados, será que já temos
subsídios suficientes para responder a pergunta que fiz lá no início?
Afinal, houve evolução ou involução nos valores
oferecidos pelos festivais aos participantes e premiados?
Tenho minha resposta, mas tô louco pra ouvir a tua.
Baita abraço.
Jairo Reis
Comunicador
Produtor Nativista
Grande Jairo Reis. Difícil um posicionamento de quem não é musico, assim como eu, que tem vários amigos músicos e que, por ser um apaixonado pela musica e pelos festivais, dependo dos músicos para levar minhas obras ao palco. Acho que os festivais perderam o brilho e parte do objetivo, porém continuam sendo vitrine. Creio, esteja na hora de os músicos se unirem, e exigir dos promotores dos festivais, valores justos, sob pena de não mais participarem.
ResponderExcluirExcelente levantamento, e respondo que as ajudas de custo que é o essencial, pois é esse subsidio que nos permite investir pra que apresentemos um trabalho a preceito.
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