TOTAL DE ACESSOS

21º ACAMPAMENTO DA ARTE GAÚCHA DE TAPES/RS

21º ACAMPAMENTO DA ARTE GAÚCHA DE TAPES/RS
21º ACAMPAMENTO DA ARTE GAÚCHA. De 16 a 18 de janeiro de 2025. Para conferir as músicas classificadas, clica na imagem acima.

RIFA DE UMA FACA GAÚCHA

RIFA DE UMA FACA GAÚCHA
RIFA DE UMA FACA GAÚCHA em favor do TROFÉU RONDA DOS FESTIVAIS 2024. Clica na imagem acima e adquire teus números. Somente R$ 10,00 cada um.

AGENDA NATIVISTA 2025

AGENDA NATIVISTA 2025
Clica na imagem e confere as datas de realização dos festivais de música e de poesia previstos para o ano de 2025.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A HISTÓRIA DA MÚSICA - DEPOIS DO LOMBO DO PINGO

Nesta matéria extraída do Jornal do Povo, da cidade de Cachoeira do Sul, uma breve relato sobre o fato que inspirou os autores (Osmar Proença/André Teixeira)  da milonga "Depois do Lombo do Pingo", vencedora da 22ª Vigília do Canto Gaúcho, festival realizado nos dias 26 e 27 de outubro, em Cachoeira do Sul. O texto apresenta também uma espécie de glossário para as metáforas utilizadas pelo letrista.
Ao final, o link para a audição da música vencedora.
Eis a matéria na íntegra:


Entenda a canção que venceu a 22ª Vigília
A saudade campeira em forma de versos que veio de São Gabriel
A letra da canção vencedora da 22ª Vigília do Canto Gaúcho foi concebida pelo enfermeiro Osmar Proença, da cidade de São Gabriel. A música é inspirada na história de um ex-capataz de estância, paciente de Proença e ao qual o letrista assistiu até os últimos dias. Com base no que o paciente relatava durante seus delírios, Proença foi montando a trajetória do ex-capataz e registrando as lembranças que o gaúcho verbalizava em seus devaneios no leito de morte.
A composição “Depois do Lombo do Pingo”, tem melodia de André Teixeira e  foi interpretada pelo Quarteto Coração de Potro, de Lajes, Santa Catarina.
Depois do lombo do pingo
Gênero: milonga
Autor: Osmar Proença
Melodia: André Teixeira
Intérpretes: Quarteto Coração de Potro
Cidade: São Gabriel
Resumo: O enfermeiro Osmar Proença compôs “Depois do lombo do pingo,” inspirado nos relatos de um velho capataz de estância à beira da morte.
Abre o peito e chama a tropa
Que assoma em seu devaneio *
Venha, venha, venha boi
Com assovios pelo meio
Olha por cima do ombro *E banca o pingo no freio
É bem assim que lhe vejo
Porque a razão me permite
Quem já esbarrou no horizonte
Agora tem seu limite
Casou com a lida de campo
E a idade fez o desquite *
A se julgar pelos feitos
Quem poderá afinal
Justificar tanta maula *Levantado em pedestal
E um índio cria da estância
Sem nome e ser desigual
Depois do lombo do pingo
O que sobra é quase nada
Uma tapera sem sombra
Quase no fim da estrada *E uma lembrança remota
Chamando bois nas tropeadas
O avestruz não faz mais ninho
Campeando as covas de touro
O cusco não sai para o campo
Perdeu a sombra do mouro
E a tropa é só uma quimera
Que não tem alma nem couro *
Depois do lombo do pingo
O que sobra é quase nada
... E uma lembrança remota
Chamando bois nas tropeadas *

* DevaneioNeste verso o autor faz menção aos devaneios do velho capataz, então no leito de morte, recordando os bons tempos de estância. Em meio a delírios, o corpo debilitado ainda se esforça para arrancar o último assovio.
* Por cima do ombroAqui o autor reforça a ideia das lembranças que ainda ajudam a manter vivo o capataz alma pampeana. São reminiscências que o remetem a um ambiente do qual a doença lhe afastará para sempre.
* DesquiteNeste verso o autor utiliza um termo comum para definir a separação entre casais, para dar ideia do rompimento do elo que havia entre o homem moribundo e a vida campeira.
* MaulaO letrista recorre aqui a um adjetivo da Língua Espanhola, que designa o que é ruim e não tem préstimo, para reforçar a situação em que se encontra o velho capataz após ser acometido pela doença.
* Quase no fimda estrada
Neste ponto Proença adota uma expressão típica para definir o fim da vida ou quem está prestes a morrer, como no caso do paciente do qual cuidava, enquanto escrevia a letra de “Depois do lombo do pingo.”
* Que não tem alma nem couroAqui mais uma vez o autor retoma a noção de finitude do ser humano, recuperando a ideia de morte como desligamento do meio físico.
* Chamando bois nas tropeadasA letra encerra com verbo no gerúndio, possivelmente pela intenção do autor de frisar a ideia da vida em movimento que restou apenas na lembrança do velho gaúcho, agora imóvel no leito de morte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixa teu comentário, mas por favor, te identifica.
Grato e um baita abraço.