Em 12 de julho de 1927 nascia em Santana do Livramento, João Carlos D’Ávila Paixão Cortes, ou simplesmente Paixão Côrtes, folclorista, pesquisador, escritor, radialista e agrônomo. Se vivo estivesse, completaria 98 anos de idade.
Paixão Côrtes foi um personagem fundamental para a cultura gaúcha e para o movimento tradicionalista no Rio Grande do Sul, do qual foi um dos formuladores, juntamente com Glaucus Saraiva e Luiz Carlos Babosa Lessa. Com Lessa, Paixão partiu para pesquisas de campo, viajando pelo interior, para recuperar traços da cultura e do folclore do Rio Grande do Sul. A partir desta iniciativa, eles recolheram diversos gêneros musicais e várias danças como Chimarrita-Balão, Pézinho, Maçanico, Balaio, Cana Verde, Tirana do Lenço, Rilo, Chote Carreirinha, Tatu, Chula, entre outras, trazendo-as ao conhecimento de todos. Danças estas que são apresentadas até hoje pelos CTGs de todo Brasil.
Em setembro de 1947, colheu uma centelha do fogo simbólico da pátria e com este gesto acabou criando o que os gaúchos denominaram de Chama Crioula. Na mesma época, criou, com o apoio de outros jovens estudantes, a 1ª Ronda Crioula, de 07 a 20 de setembro, período de veneração à história e aos costumes do homem rural gaúcho.
Em 1948, ajudou a organizar e fundar o 35 CTG, a primeira entidade tradicionalista do estado. Em 1953, fundou o pioneiro Conjunto Folclórico Tropeiros da Tradição.
Em 1954, serviu de modelo para a estátua do Laçador, obra do escultor Antônio Caringi. O Monumento ao Laçador foi consagrado como símbolo da cidade de Porto Alegre, em plebiscito realizado realizada no ano de 1992.
Em 1955, comandou, juntamente com Darcy Fagundes, o programa Grande Rodeio Coringa, veiculado aos domingos na Rádio Farroupilha.
De 1958 a 1960, Paixão Côrtes proferiu palestras e apresentou-se artisticamente nos mais conceituados espaços culturais da Europa.
Em 1960, foi convidado por Maurício Sirotsky para apresentar o programa Festança na Querência na Rádio Gaúcha, ficando no ar até 1967.
Paixão gravou 9 discos e editou dezenas de livros. Participou como ator, de dois filmes.
Em 2003 lançou novo manual, com mais algumas danças, derivadas do primeiro, tais como: Valsa da Mão Trocada, Mazurca Marcada, Mazurca Galopeada, Sarna, Graxaim.
Em 2010 foi escolhido patrono da 56ª Feira do Livro de Porto Alegre.
Em mais de 70 anos de atividades, Paixão Cortes recebeu, no Brasil e no exterior, inúmeras condecorações, prêmios e troféus em reconhecimento a suas atuações em favor do folclore e da cultura regional gaúcha.
Além de usas dedicação ao folclore e à tradição gaúcha, Paixão Côrtes era formado em Agronomia, função que exerceu por 40 anos, quase sempre vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado. Especializou-se em ovinocultura, sendo o responsável pela abertura do mercado para este segmento no Rio Grande do Sul.
Apaixonado pelo Internacional, recebeu em 2009, o título de Cônsul Cultural Colorado.
Atuou como jurado em inúmeros festivais de música nativista e centenas concurso de danças folclóricas pelo sul do Brasil.
João Carlos D'Ávila Paixão Côrtes faleceu em 27 de agosto de 2018, em Porto Alegre.
Estes são alguns do inúmeros tópicos que traduzem a vida e a representatividade de Paixão Cortes para a arte, para o folclore, para a tradição e para a cultura do Rio Grande do Sul.
Que o mestre Paixão Côrtes receba, lá na Estância Celestial, os nosso votos de Feliz Aniversário!
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