Amigos e amigas que nos dão o privilégio da leitura. Aqui quem vos fala é o comunicador, produtor nativista e blogueiro Jairo Reis.
Gostaria de lembrar que agora, no dia 20 de agosto, encerra o período para inscrições a 34ª Moenda da Canção, festival da minha terra natal, Santo Antônio da Patrulha. Ao longo destas três décadas, a Moenda se consagrou como um dos mais importantes festivais de música do Rio Grande do Sul. Seu palco serviu de nascedouro para algumas canções inesquecíveis do regionalismo gaúcho e brasileiro.
Mas eu me dirijo a vocês também, para lembrar e salientar a importância da Moenda para a divulgação da
cultura afro-açoriana, tão latente em Santo Antônio da Patrulha e nos demais
municípios do litoral norte gaúcho.
Dos negros e dos açorianos,
os nativos do litoral absorveram muitos aspectos folclóricos e culturais, notadamente
o gosto e o talento para a música. Com o surgimento e a propagação dos
festivais nativistas, a musicalidade afro-açoriana teve oportunidades e
cenários para ser apresentada aos demais rio-grandenses. Diversos palcos acolheram
canções de origem litorânea, mas sem sombra de dúvida os festivais Moenda de
Santo Antônio e Tafona de Osório foram imprescindíveis para que a cultura do
litoral emergisse e passasse a ser conhecida pelo grande público.
E foi na 4ª Moenda da Canção Nativa,
realizada de 17 a 19 de agosto de 1990, que o Rio Grande do Sul acompanhou o
resgate de uma das manifestações folclóricas mais significativas para quem,
assim como eu, é originário do litoral norte gaúcho: as cantigas de TERNOS DE
REIS, que até hoje são executadas de casa em casa, anunciando o nascimento do
menino Jesus, no período entre o 24 de dezembro e 06 de janeiro, ou seja, entre
o Natal e o Dia de Reis.
Naquela 4ª Moenda surgiu
uma das canções mais lindas de toda a trajetória de 33 anos do festival: REI MENINO. Com letra de Lucio Soares e melodia de Carlos
Catuípe, esta canção aborda, com leveza, ternura e muita emoção, a já referida temática
dos Ternos de Reis. As magistrais
interpretações de Catuípe e Cléa Gomes arrancaram calorosas manifestações do
público que lotava as arquibancadas e as cadeiras do Ginásio Caetano Tedesco.
Eu estava lá, ninguém me contou. E posso afirmar que foi um dos tantos
momentos inesquecíveis que eu tive a oportunidade de vivenciar nos meus 23 anos
de vivências e coberturas jornalísticas dos festivais.
REI MENINO completa 30 anos de existência. É
claro que eu não poderia deixar passar em branco essa fato marcante sem sem homenagear os autores, os músicos e os intérpretes dessa baita música.m que vocês podem conferir acessando o meu canal no Youtube.
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Grato e um baita abraço.