Dias tristes para
todos os gaúchos, mas de maneira mais dolorosa para nós que trabalhamos com a
música regional gaúcha. Num período de 24 horas, perdemos dois grandes
artistas, pessoas com quem tivemos o prazer de conviver e até mesmo de privar
da amizade: Porca Véia e Jorge Freitas.
Que lástima !
Que lástima !
Com o Porca Véia eu
não tinha muito contato, sequer tenho uma foto com ele. Mas sempre fui e
continuarei sendo, um dos tantos admiradores do seu estilo musical, que além de
enaltecer a "música Bertussi", se preocupava em gravar e dar
popularidade a diversas canções oriundas de festivais nativistas, tais como
"Chamamento", "Pataquero", "Estrelas de Peão",
"Coplas de Vira Mundo" e "Lembranças", seu maior sucesso.
Nas minhas
passagens por patronagens de CTGs, não raro eu contratava o Porca e o seu Grupo
Cordiona para animar fandangos. Perda lamentável para o gauchismo.
Jorge Freitas valorizava minhas reportagens. |
Com o Jorge Freitas eu tinha bem maior proximidade. Ele era um personagem constante nos festivais de música, cuja maioria eu tive o privilégio de cobrir jornalisticamente. Outros tantos eu produzi e pude contar com sua participação, no palco e na mesa de jurados.Além de grande intérprete, com voz tonitruante e afinada, Jorginho era o tipo de entrevistado que os repórteres gostam, sabia muito, tinha opinião, era sincero e às vezes até meio polêmico. Mas tinha um baita coração e uma talento musical de fazer inveja.
Certa feita, quando
eu atuava no Instituto Estadual de Música, consegui tornar possível o
lançamento de um de seus CDs, intitulado "Motivos de Campo" aqui em
Porto Alegre, no Teatro Bruno Kieffer, da Casa de Cultura Mário Quintana. O
espetáculo, realizado no dia 13 de outubro de 2009, inaugurou o projeto
cultural “Cenário Nativo – música regional pra gente da capital” que eu
criei e produzi para IEM durante aquele ano. Foi uma baita show, com teatro
lotado. Por iniciativa do próprio Jorge Freitas, não houve cobrança de
ingresso, ficando a critério do público a doação de gêneros alimentícios não
perecíveis. No outro dia, fomos eu e o Jorginho entregar ao Asilo Padre
Cacique, os 76 kg de alimentos arrecadados na noite
anterior.
Fato importante de
um momento inesquecível para mim e marcante para a carreira do meu amigo e
agora já saudoso Jorge Freitas.
Minha solidariedade
e meus respeitos às famílias enlutadas.
JAIRO REIS
Comunicador e
Produtor Nativista
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