sexta-feira, 2 de junho de 2017

TRINTA ANOS DO CTG PATRULHA

Juca Reis, Milton Santos, Pedro Reis, Jairo Reis e Rivadávia Barreto: Comissão Organizadora do Patrulha 
Estamos no dia 02 de junho. 
A passagem desta data trouxe a minha memória as primeiras ações empreendidas por um pequeno grupo de tradicionalistas, que eu tive a honra de liderar, naquele primeiro semestre do ano de 1987, em favor da criação do CTG Patrulha do Rio Grande, de Santo Antônio da Patrulha.
Naquela época o CTG Coronel Chico Borges, então o único da cidade, vivenciava conflitos administrativos internos que impossibilitavam sua plena atividade. Em decorrência daquela inércia, o espírito tradicionalista em Santo Antônio da Patrulha passava por uma crise motivacional.  
Eu, que recém havia voltado pra Santo Antônio, após seis anos cumprindo exercício profissional em Santa Catarina e em São Francisco de Paula, ao deparar-me com aquela inadequada situação, fiquei preocupado com o destino que aquela realidade poderia reservar à tradição gaúcha na minha cidade. 
Por ser à época um tradicionalista atuante, não poderia deixar a coisa como estava.  Senti-me na obrigação de tentar modificar pra melhor aquele quadro e pelear para revigorar o ânimo tradicionalista na comunidade patrulhense.  A partir daquele momento, passei a procurar pessoalmente a outros bombachudos, também descontentes com a situação, a fim de ouvir suas opiniões e, principalmente, mobilizá-los à uma tomada de posição. 
A primeira numa noite de maio, na casa do Pedro Reis, meu irmão. Nessa ocasião, já estavam alguns que depois viriam a ser parceiros de ideal.  Depois daquele primeiro encontro, continuei fazendo contatos, motivando a parceria e, como resultado do meu esforço, uma nova reunião foi agendada, tendo como pauta  “a situação da tradição gaúcha em nossa cidade e o que se poderia fazer para reavivar o ânimo tradicionalista”.  
A programada reunião aconteceu, sob a minha coordenação, na sede da AABB, numa noite chuvosa, em meados do mês de maio de 1987. Como recompensa, saboreamos um delicioso carreteiro preparado pela Eunice Laranjeira.  
Depois de calorosa troca de ideias e sugestões, os cerca de vinte participantes, cujos nomes ficaram registrados em ata, dentre os quais me incluo, concluíram que, diante das razões expostas, seria muito difícil uma tentativa de reaproximação e até mesmo de participação no CTG co-irmão, ficando entendido que o melhor caminho poderia ser a criação de uma nova entidade tradicionalista. Esgotados os argumentos, foi então marcada uma nova reunião para o dia 02 de junho, sendo sugerido a cada um dos participantes que convidasse para o próximo encontro, pelo menos mais um tradicionalista.   E assim aconteceu.
Na noite de 02 de junho de 1987, compareceram cerca de quarenta gaúchos formando a primeira assembleia, desta feita presidida pelo meu irmão Pedro Reis.  Eu preferi ficar de secretário, tarefa para a qual ninguém, exceto eu, se apresentaria como voluntário.
Argumentos, teses e explicações foram emitidas e na sequência, como primeiro ato daquela assembleia, foi decidido por unanimidade que seria criada uma nova entidade tradicionalista em Santo Antônio da Patrulha.
Passada a euforia inicial, foi lançado o desafio para que os participantes sugerissem nomes para o “filho” que recém havia nascido.  Vários nomes foram sugeridos, mas aquele que granjeou a aclamação da maioria esmagadora dos participantes foi CTG Patrulha do Rio Grande, proposto pelo sócio fundador Rivadávia Barreto.
Bueno, o CTG estava criado e já tinha até nome...  mas quem o administraria em seus primeiros momentos de existência? 
Ficou determinado então, pelos participantes da assembleia de 02 de junho, que seria formada uma Comissão Organizadora, cuja incumbência principal seria encaminhar e efetivar os procedimentos burocráticos iniciais para a existência jurídica da entidade. 
A referida Comissão, com mandato de um ano, foi constituída da seguinte forma:
Presidente:  Pedro José de Oliveira Reis
Secretário:  Jairo Reis
Segundo Secretário: Rivadávia Barreto
Tesoureiro: Milton dos Santos e
Segundo Tesoureiro:  José Lima dos Reis (Tio Juca)
Ficou definido também que todos os participantes daquele encontro seriam considerados como sócios fundadores do CTG Patrulha do Rio Grande.
A partir daquela data, novas reuniões foram realizadas, durante as quais foram eleitos o lema e o brasão da entidade.
O lema “Gaúchos de pé, defendendo o nosso chão”, foi sugerido pelo radialista e sócio-fundador Arli Corrêa.  
O brasão, ou distintivo, do CTG foi criação do jornalista e artista plástico Flávio Holmer da Rosa.
No restante do ano de 1987, apesar das críticas de alguns tradicionalista mais conservadores e até mesmo da resistência de parte da sociedade patrulhense, a comissão organizadora não se “achicou”, programando e promovendo diversas ações que firmassem o nome do novo CTG no âmago da comunidade. As primeiras domingueiras e o primeiro fandango com o Grupo Os Vacarianos, tiveram como local o Clube Recreativo Patrulhense, gentilmente cedido pelo presidente da época, José Francisco Ferreira da Luz, o Zezo.   Em agosto de 1987, o Patrulha participou ativamente da realização da 1ª Moenda da Canção Nativa, festival que surgia no universo do nativismo gaúcho.
Mas o maior evento promovido pela entidade nos vinte primeiros anos de vida, quiçá dos trinta, foi sem sombra de dúvida o grande fandango comemorativo ao primeiro aniversário do Patrulha, no dia 10 de junho de 1988, no Ginásio de Esportes Caetano Tedesco. Naquela ocasião memorável, animada pelo conjunto Os Serranos, foram comercializadas 176 mesas e vendidos cerca de 1.500 ingressos, sem contar os mais de 200 associados em dia e seus dependentes que entraram de graça.
No ano seguinte, em 10 de junho de 1989, o fandango de 2º Aniversário foi realizado no Salão Paroquial da Boa Viagem, animado pelo cantor Leonardo e Grupo Rodeio. Naquela ocasião foi empossada a primeira patronagem eleita do CTG, tendo como Patrão o tradicionalista Pedro Reis, meu irmão.
No mesmo evento foi eleita em concurso e enfaixada a primeira Primeira Prenda da história do CTG, a jovem Marisa Ramos.
Nos anos seguintes as atividades promovidas pelo Patrulha, ou que contavam com sua participação, foram aumentando em número e alcançando cada vez mais sucesso.  Sucesso este que nós, eu e aqueles trinta e poucos idealistas, nos sentimos orgulhosos em termos iniciado a construir.

Parabéns à patronagem e aos associados do CTG Patrulha do Rio baita pelos 30 anos de amor à tradição. 

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